Uma Jornada de Perseverança
Na transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado, nas terras da Chapada de Minas, encontra-se a Fazenda Nakamura. Seus 250 hectares contam uma história que começou do outro lado do mundo, em 1929, quando uma família japonesa atravessou oceanos em busca de um novo começo. O que não imaginavam é que, décadas depois, seus descendentes transformariam desafios em cafés premiados, unindo tradição oriental e terroir brasileiro.
Élvia Satie Kikuchi Nakamura, administradora formada pela UEL, e seu esposo Cláudio são os guardiões dessa história que ganhou novos capítulos em 1986. Foi quando deixaram tudo para trás e se mudaram para a Chapada de Minas, movidos pelo sonho de Cláudio de cultivar sua própria lavoura de café. A jornada não foi fácil – a falta de tecnologia, infraestrutura e a distância da cidade natal e familiares testaram sua determinação. Mas onde muitos veriam apenas obstáculos, Élvia e Cláudio enxergaram oportunidades.
A história da família Nakamura é marcada por recomeços. Do Japão para Bastos, no alto paulista, onde cultivaram cereais e algodão. De lá para Londrina, no Paraná, onde iniciaram na cafeicultura. Após a devastadora geada de 1975, parte da família migrou para a Mogiana Paulista. E finalmente, em 1986, a oportunidade de adquirir uma propriedade na Chapada de Minas abriu o caminho para o que viria a ser a Fazenda Nakamura.
“No início, a falta de tecnologia, infraestrutura e distância da cidade natal e familiares foram desafios que foram cumpridos com muita perseverança e amor.” — Élvia Nakamura
Enquanto trabalhava na preparação da terra, respeitando meticulosamente as normas ambientais, Élvia também atuou na educação infantil em Araçuaí e José Gonçalves de Minas. Foi apenas em 2006, quando os filhos saíram para estudar em outros centros, que ela se mudou definitivamente para a fazenda, dedicando-se integralmente ao sonho compartilhado com Cláudio.
Hoje, a Fazenda Nakamura é um exemplo de equilíbrio entre produção e preservação. Dos 250 hectares, 60 são dedicados à cafeicultura, 50 à floresta regenerativa e 100 às áreas de preservação. A colheita, realizada 100% manualmente e sem maquininha, emprega mais de 100 colaboradores nos anos de safra alta – uma decisão que reflete o compromisso da família com o desenvolvimento socioeconômico da região.
A partir de 2020, Élvia começou a estudar, experimentar e produzir cafés especiais. Suas técnicas de fermentação, que se aperfeiçoam a cada ano, são um diferencial: após passarem pelo lavador, os cafés permanecem em bombonas vedadas por 10 dias, intensificando aromas e sabores. Esse processo, aliado à maturação uniforme dos grãos – característica da região, que apresenta apenas uma florada – resulta em cafés de perfil sensorial único, com notas de frutas cítricas, chá preto, mel e chocolate ao leite.
Com o olhar voltado para o futuro, a Fazenda Nakamura já utiliza energia fotovoltaica para atender toda sua demanda e planeja implementar áreas irrigadas para enfrentar o desafio da seca. É a continuação de uma história de adaptação e resiliência que começou há quase um século, do outro lado do mundo.
Uma história que você pode viver
Ao assinar o Cafés do Brasil Club, você se conecta com a jornada de perseverança da Fazenda Nakamura. Você leva para casa não apenas um café excepcional da Chapada de Minas, com notas de frutas cítricas, chá preto e mel, mas também a história de uma família que atravessou oceanos e gerações para encontrar seu lugar no mundo do café.
Experimente o sabor de um café que une tradição oriental e terroir brasileiro. Viva a história da Fazenda Nakamura. Viva o café especial com quem o cultiva com perseverança e amor.
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