Texto: Lidiane Moura
Fotos: Charone Borato
O que é o Bicho Mineiro do Cafeeiro?
O café é produzido em mais de 60 países por 25 milhões de produtores, em sua grande maioria de pequeno porte localizados em países emergentes. O consumo de café tem se tornado um ritual diário para um número cada vez maior de consumidores pelo mundo. Esse mercado em ascensão demanda técnicas modernas de manejo que permitam aumentar a produção e ao mesmo tempo proteger o ambiente além de obter produtos de alta qualidade e livres de pesticida. Entre os vários desafios a serem vencidos, o bicho mineiro do cafeeiro é uma das mais graves ameaças às lavouras de café. Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) é o nome científico do bicho mineiro do cafeeiro (BMC).
Essa mariposa é uma das maiores pragas do cafeeiro, é pequena e de coloração branca. Possui hábito noturno e o seu ataque ocorre durante todo o ano, tendo um pico populacional entre os meses de outubro e junho.
Quais os principais danos?
As lagartas penetram no mesófilo foliar, causando destruição do parênquima. As regiões destruídas vão secando e a área atacada vai aumentando com o desenvolvimento da lagarta. É comum encontrar-se mais de uma lagarta em uma folha. A ação das largartas provoca a formação das minas nas folhas, provocando a queda e a destruição das mesmas. Isso reduz a capacidade fotossintética da planta, acarretando em diminuição da produção. Os sintomas são mais visíveis na parte alta da planta, onde se observa um grande desfolhamento, quando o ataque é intenso. Cafeeiros conduzidos em empaçamentos mais largos tem tendência a uma maior infestação da praga. Tem-se observado maiores prejuízos quando o ataque ser dá em períodos de maior intensidade pluvial.
Essa praga acarreta perdas entre 30-70% da produção, comprometendo a qualidade e a produção dos grãos e causando impacto negativo na cadeia produtiva do café. O controle por pesticidas sintéticos tem sido obrigatório, mas desvantagens como a seleção de populações resistentes do inseto, e os efeitos nocivos no ambiente e na saúde humana, motivaram a comunidade científica a desenvolver estratégias para a implementação de um sistema de manejo integrado de pragas. Outra medida adequada é a eliminação de ervas daninhas dos cafezais, o que diminui a ação da praga, sendo recomendada a capina racional dos mesmos. Evitar o uso de cobertura morta e culturas intercalares.
Como pudemos ver, produzir é um grande desafio, cada dia estamos mais suscetíveis a mudanças no ecossistema e na estrutura das plantações, o produtor precisa estar atento e fazer um acompanhamento dedicado para evitar que pragas e outras alterações prejudiquem a produção.
Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1128859/bicho-mineiro-leucoptera-coffeella-uma-revisao-sobre-o-inseto-e-perspectivas-para-o-manejo-da-praga#:~:text=Leucoptera%20coffeella%20(Gu%C3%A9rin%2DM%C3%A9neville%2C,causado%20pela%20sua%20a%20larva.
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