Texto: Lidiane Moura
O aroma tentador do café fresco que se espalha pela casa pela manhã muitas vezes desperta memórias e oferece um convite irresistível para desfrutar de uma xícara quente. A familiaridade do cheiro traz à mente momentos de conversas calorosas, manhãs preguiçosas e um sentimento reconfortante de tranquilidade. No entanto, quando se trata de oferecer café às crianças, surge uma preocupação legítima sobre os efeitos que essa bebida estimulante pode ter em seus corpos em crescimento.
A questão de que as crianças devem ou não consumir café é um assunto complexo que suscita muitas dúvidas entre os pais. De acordo com doutora Daniane Moreira, pediatra, o consumo de café em crianças com menos de dois anos é desencorajado, devido ao potencial de efeitos adversos à saúde, como irritabilidade, intoxicação, distúrbios do sono, distúrbios cardíacos e distúrbios cognitivos. No entanto, após essa idade, em casos especiais e com supervisão cuidadosa, uma quantidade reduzida de café pode fazer parte da alimentação, desde que seja acompanhada de leite.
É importante estar ciente de que a cafeína, encontrada não apenas no café, mas também em refrigerantes, certos tipos de chás e chocolates, pode influenciar as alterações na saúde cardiovascular das crianças. O risco de alteração da pressão arterial e da frequência cardíaca é uma consideração crítica ao ponderar sobre o consumo de café por crianças e adolescentes.
As crianças, porém, são extremamente sensíveis aos efeitos da cafeína. E quando você combina isso com o fato de que eles não têm necessariamente a sabedoria e a moderação para saber quando parar, o resultado é que crianças e adolescentes poderão enfrentar problemas e muitas implicações potenciais para a saúde, diz o endocrinologista pediátrico Roy Kim, MD , tais como:
- Ritmo cardíaco anormal.
- Ansiedade.
- Desidratação.
- Diarréia.
- Dores de cabeça.
- Pressão alta.
- Mau humor.
- Inquietação ou nervosismo.
- Convulsões.
- Perturbações do sono.
- Tremores.
- Estômago virado.
Vitor Prata, nutricionista infantil-juvenil, destaca que o consumo de cafeína entre crianças e adolescentes brasileiros muitas vezes ultrapassa o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2,5 mg/kg/dia para o público de 4 a 12 anos . De acordo com um estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública em 2016, esse fato ressalta a importância de conscientizar os pais sobre os possíveis efeitos adversos do consumo excessivo de cafeína entre os mais jovens.
Ainda com essa quantidade considerada pela OMS, alguns especialistas defendem que nenhuma quantidade de cafeína é comprovadamente segura para crianças de até 12 anos. E as diretrizes dizem que os adolescentes não devem consumir mais do que 100 miligramas de cafeína por dia, o que equivale a uma xícara de café ou duas latas de refrigerante.
Em suma, embora o café possa ser uma indulgência agradável para os adultos, é crucial considerar os possíveis efeitos negativos da cafeína e do café nas crianças. O consumo de café deve ser limitado e supervisionado até o final da adolescência, e é essencial priorizar uma dieta equilibrada e saudável para garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado das crianças.
0 comentários