Texto: Lidiane Moura
Fotos: Charone Borato
Presente na vida de milhares de pessoas, o café é mais conhecido por sua bebida e poucos sabem que se trata de uma fruta. O que será torrado e consumido é a semente dessa fruta. Café é a fruta do cafeeiro. O fruto do café dá em cachos, e a maturação em um mesmo cacho pode ser desigual, depende da quantidade de chuvas que despertam as floradas.
A florada do café é uma das etapas mais importantes dos cafezais. Essa etapa é resultado de uma série de processos que acontecem com a planta e também da interação com fatores ambientais.
Para que os frutos apareçam, alguns dias depois de chover, o cafezal se transforma e se desabrocha em pequenas flores brancas estreladas – que soltam um aroma doce e delicado – e que dura muito pouco, em média três dias, as flores caem e o fruto começa a se formar.
Em anos considerados normais, a florada do café, essencialmente o tipo arábica, ocorre entre setembro e novembro.
Vamos conhecer o grão?
O grão de café é formado por diversas camadas. A primeira delas, e a que vemos por fora, é a casca. Também chamada de exocarpo, essa proteção do fruto é a indicação de qual etapa do processo de maturação o café está.
Inicialmente, a cor do grão é verde, indicando que não está pronto para o consumo. Depois, com o avanço da maturação, o fruto chega a tons avermelhados ou amarelados, de acordo com cada espécie.
A segunda camada do grão, logo após a casca, é a polpa do fruto. É nesse lugar que fica o açúcar do café, sendo muito importante para o resultado da bebida final. Além disso, é esse nível que protege o pergaminho e a casca da cereja.
Na terceira camada, encontra-se o pergaminho, uma pele grossa, muita parecida com um couro, que rodeia a semente. Sem ele não é possível germinar o café, já que a troca de umidade que chega até o centro do grão é muito grande.
A quarta camada, muito perto do pergaminho, está a película prateada ou o endocarpo. Essa é a camada mais protegida do fruto e vem um pouco antes do centro do grão de café. Bem fino, essa camada entra em contato com as sementes.
Por fim, na última camada do café, encontram-se as sementes. Nessa parte está o endosperma do fruto. Cada fruto costuma possuir duas pequenas sementes semiesféricas com seus lados planos virados para si.
Fonte da imagem: https://www.thecoffeetraveler.net/new-blog-3/tag/Caf%C3%A9
Entretanto, você já deve ter ouvido falar sobre o café moca ou moquinha, certo? O grão de café moca é quase considerado um “erro” pelos cafeeiros, já que não foram desenvolvidas as duas sementes dentro do fruto. A sua concentração de açúcar é maior e ele se diferencia também por conter notas achocolatadas, deixando-o ainda mais saboroso.
Segundo os diversos estudos realizados para tentar comprovar o porquê desse “erro”, isso acontece devido a fatores genéticos e ambientais que geram um novo tipo de planta. Como são necessárias duas sementes achatadas, o Moca acaba criando uma forma arredondada para suprir essa falta.
Ele pode estar presente em qualquer planta de café, apesar de não ser tão comum quanto o tradicional, por exemplo. Encontrá-lo é um processo bem mais trabalhoso. Para se ter uma ideia, ele aparece em média de 5 a 10% do plantio, o que acaba deixando-o com um preço bem mais elevado.
O grão de café é considerado por muitos uma verdadeira joia, o ouro preto. Por isso, entender mais sobre ele é bastante importante, e para isso, estamos aqui para te ajudar.
Para saber mais sobre esse universo, acesse o blog da Cafés do Brasil Club , cadastre-se e fique por dentro de mais conteúdos sobre o café.
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