Texto: Lidiane Moura
Fotos: Charone Borato
Olá, caro leitor cafeinado!
Hoje queremos trazer uma reflexão. Imagine você fazendo um pudim delicioso e na hora de fazer a calda de caramelo, ela queima, chega a carbonizar. O que você faz? Usa essa calda e estraga a sobremesa ou começa do zero e faz uma calda deliciosa para o seu pudim? Obviamente a resposta é começar do zero e fazer outra, certo? Afinal ninguém quer comer uma calda amarga e queimada, escondendo toda doçura e sabores do pudim.
Agora, se somos cuidadosos o suficiente para não queimar os alimentos que fazemos, porque ainda tomamos café carbonizado? A torra escura, dos denominados cafés forte e extra forte, nada mais são do que torras queimadas para esconder os defeitos do café que estão ali. E não estamos aqui para condenar a indústria, mas para mostrar a importância da torra, afinal ela é um dos processos mais relevantes, pois é a ciência responsável pela qualidade da bebida e por destacar suas melhores características de sabor, aroma e acidez de cada tipo de grão.
E nesse processo não basta uma técnica apurada, é preciso também ter os sentidos muito desenvolvidos para executar essa tarefa. Para cada tipo de café existe um tipo de torra que consegue apurar melhor as suas qualidades.
TORRA CLARA:
É o resultado de um ponto de torra onde se acentua a acidez e se destacam a doçura e o aroma do café.
Somente os melhores grãos aceitam a TORRA SUAVE, e como não precisam esconder imperfeições levam menos tempo na torrefação, produzindo um café menos encorpado. O resultado é um sabor suave, aromático e com baixo amargor residual. Ideal para apreciar sem adição de açúcar, tanto em coados quanto em expressos.
TORRA MÉDIA:
A torra média é o ponto de balanceamento entre as quatro principais características do café, que são corpo, acidez, aroma e amargor. A torra média propicia uma doçura marcante, aroma e sabor mais balanceados. Os sabores e aromas do grão se desenvolvem normalmente, acentuando o corpo e revelando a personalidade do seu café, ideal para coador de café de pano ou filtro de papel.
TORRA MÉDIA ESCURA:
Nessa torra os ácidos mais intensos são atenuados por uma doçura em formação que lembra caramelo e um toque de amargor é presente. Vale destacar que este é o ponto de torra mais complexo por conta do risco de queimar os grãos.
TORRA ESCURA:
A torra escura produz o que conhecemos como café forte ou extraforte, com o menor nível de acidez, mais amargor e menos corpo. Um grão de café queimado resulta em uma bebida amarga, sem acidez e aroma.
A altíssima qualidade do processo empregado, preserva mais os óleos aromáticos da planta, com destaque para a fragrância e a conservação de açúcares, ácidos, vitaminas e minerais.
É na torra que as substâncias presentes no grão cru se desenvolvem, sendo por isso, um momento de crucial importância. A torra bem feita pode revelar todo o potencial de um grão especial, assim como uma torra mal feita pode acabar com ele. O tempo de torra interfere no sabor final da bebida. Quanto mais torrado, mais forte e amargo é o sabor do café.
Aqui, na Cafés do Brasil Club, temos nossa própria torrefação. Trabalhamos com torra média, a fim de caramelizar o grão e destacar toda complexidade e qualidade que existe nele e também valorizar o trabalho do produtor, afinal de contas, sabemos que produzir um café especial dá trabalho e não queremos estragar tudo.
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